da solidão


Passamos os nossos dias rodeados de pessoas. A grande maioria dos nossos dias. 
Podemos estar rodeados por todas estas pessoas e ainda assim sentirmo-nos estranhamente sós. 
Podemos estar rodeados de pessoas menos próximas, com quem nos cruzamos nos nossos dias mas de quem não exigimos mais do que um sorriso hoje e uma palavra amanhã. 
Podemos estar rodeados de pessoas mais próximas, que realmente sabem o que dizer e quando dizer, como agir, como falar e como ouvir, sem termos de lhes explicar como... 
No fundo, podemos estar rodeados até pelas pessoas que nos fazem mais felizes, que, invariavelmente, há um momento ou outro do nosso dia em que nos sentimos tremendamente sós... E é como se uma barreira invisível nos separasse a nós dos outros. Porque tudo se resume a uma coisa tão simples como podermos compreender os outros, saber como se sentem, mas não podermos efectivamente viver por eles nem eles por nós. Podemos realmente sentir todas as partes em que um coração foi despedaçado, mas não podemos tê-lo como nosso. 
Assim é connosco também: podemos ter momentos perfeitos, em dias imperfeitos, pessoas que nos fazem muito felizes, mas ela está lá. Existe sempre. Faz parte da nossa condição de sermos um só: a solidão interior, que para uns é maior e para outros menor. 
E é um pouco como aquela música dos Queen:


"How would it be if you were standing in my shoes?"
No fundo, no fundo...
Nunca saberemos. Nem os outros nunca saberão.

*Bea

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